“A EXPERIÊNCIA RÚSSIA”: DEPOIMENTOS DA DELEGAÇÃO QUE REPRESENTOU A FUNDAÇÃO GOL DE LETRA NA COPA DO MUNDO 2018

Foto: Copyright FIFA

Você já imaginou como seria participar de uma Copa do Mundo? E ainda mais em um festival esportivo que reúne organizações sociais de diversos países? Incrível, não é?!

Foi exatamente isso que aconteceu com jovens da Fundação Gol de Letra!

Dentro do projeto da Fundação FIFA, nossa delegação embarcou para Moscou composta por: Isabela Gonzaga (SP), Bárbara dos Santos (SP), Matheus Ferreira (RJ) e Mauro Casemiro (RJ) Elisiane Vieira (educadora RJ) e o Edgard Arantes (coordenador de projetos SP).

No total, foram 48 delegações formadas por jovens entre 15 e 18 anos, que participaram de uma agenda que incluiu atividades culturais e educacionais, jogos de futebol, apresentações culturais, além de workshops de capacitação e sessões de desenvolvimento social com exemplos de melhores práticas no uso do futebol como ferramenta de desenvolvimento em áreas como inclusão social, prevenção do HIV/AIDS, direitos das crianças, habilidades para a vida e liderança juvenil.

No total, foram 48 delegações formadas por jovens entre 15 e 18 anos, que participaram de uma agenda que incluiu atividades culturais e educacionais, jogos de futebol, apresentações culturais, além de workshops de capacitação e sessões de desenvolvimento social com exemplos de melhores práticas no uso do futebol como ferramenta de desenvolvimento em áreas como inclusão social, prevenção do HIV/AIDS, direitos das crianças, habilidades para a vida e liderança juvenil.

Confira abaixo alguns depoimentos marcantes de membros da nossa delegação:

Elisiane Vieira – educadora da Fundação Gol de Letra, Rio de Janeiro

Sou pedagoga e atuo na Fundação Gol de Letra desde 2013. Esses cinco anos  me trouxeram a experiência de vivenciar da forma mais real e encantadora a possibilidade da transformação social através do esporte.

Quando recebi o convite para participar de um intercâmbio com foco em Futebol 3 Tempos – que até o momento do convite eu só conhecia a teoria de forma superficial -, como ferramenta de transformação social e ainda como jovem líder, confesso que fiquei surpresa e um tanto amedrontada, mas aceitei o desafio e busquei algumas referências sobre a modalidade que na teoria já me parecia fascinante. 

No dia da viagem, naturalmente, a ansiedade tomou conta de mim: viajar para Moscou, participar de um intercâmbio importantíssimo representando a Gol de Letra, falando apenas meu idioma nativo e durante o maior evento do mundo, a Copa!  

Chegando em Moscou eu já entendi que meu maior desafio não seria o futebol 3 tempos, mas sim conseguir participar ativamente da formação de jovem líder  durante os workshops ministrados em outros idiomas. Mas foi possível! A equipe da Street Football World e alguns outros jovens líderes contribuíram para que ninguém ficasse à margem da grandiosidade daqueles momentos. 

Os três primeiros dias foram de preparação para recebermos os principais convidados daquele festival, nossos educandos. Estudamos toda a história e a metodologia do futebol 3, aprendemos habilidades de mediação, como a escuta ativa, por exemplo. Foram-nos apresentadas algumas técnicas para nos ajudar a resolver possíveis problemas (diferenças culturais, mal-entendidos, desapontamento dos participantes) durante o torneio, e claro, jogamos futebol!

Naturalmente, existiam jovens que eram verdadeiros craques em campo, mas existiam, assim como eu, jovens que não estavam habituados à prática da modalidade, mas que passaram a compreender que no futebol 3 tempos o que menos importa é o quanto você é “bom de bola”, mas sim o quanto você é capaz de transformar pensamentos e atitudes, visando uma sociedade igualitária e justa através do futebol.  

Quando nossos educandos chegaram, estávamos prontos para compartilhar com eles todo o conhecimento adquirido e para mediar todas as partidas que aconteceriam nos próximos dias.  Iniciado o festival, tudo foi fazendo sentido na prática. Foi realmente possível enxergar naqueles adolescentes o poder que o futebol tem quando aplicado de forma educativa, transformadora. 48 diferentes delegações, muitos países, muitos idiomas, muitas condições físicas diferentes e um só objetivo, que foi alcançado de forma grandiosa por todos que participaram daquele festival.  

Olhar aquele campo com pessoas diferentes em todas as possibilidades, fortaleceu a certeza de que o esporte é um agente que transforma o sujeito gerando modificações comportamentais que refletem fora daquele campo uma transformação política e social, ratificando a importância de instituições como a Fundação Gol de Letra em espaços socialmente marginalizados como suporte físico, mental, afetivo e social.

Edgard Arantes – coordenador de Projetos da Fundação Gol de Letra, São Paulo

Foi uma experiência fantástica poder vivenciar esse momento com os jovens da Gol de Letra. Afinal, foram mais de 300 jovens de 36 países!Foi uma oportunidade incrível para eles. Houve muitos intercâmbios culturais, trocas de experiências, conhecimento de valores e costumes diferentes; tudo isso atrelado ao poder do futebol. E um futebol diferente, jogado em 3 tempos, com decisão conjunta de regras, processos internos e mediações. Uma semana enriquecedora!

Os jovens, tanto do Rio como de São Paulo, puderam desenvolver todo o seu potencial, buscando trabalhar a autonomia, entender novos idiomas e se comunicar com pessoas de universos totalmente diferentes. Conhecer outro país, viajar de avião e pode assistir a um jogo de Copa do Mundo (o grupo foi ao estádio nas oitavas de final, na partida entre Rússia e Espanha).

Eu, como representante institucional da Fundação Gol de Letra, considero que foi uma experiência importantíssima. Conheci e dialoguei com diversas organizações do mundo todo, todas trabalhando com esporte e educação. E a troca de conhecimento foi muito rica e inspiradora! Agora é contagem regressiva para a próxima Copa!

Matheus Alexandre – monitor da Fundação Gol de Letra, Rio de Janeiro

O que foi mais interessante e que me deixou muito chocado foi o fato de, mesmo todo mundo ser de nações diferentes, as pessoas pensavam da mesma forma com relação ao esporte e ao futebol. Eu cheguei lá um pouco tímido para conhecer as pessoas, mas durante o evento descobri que todos tinham maneiras parecidas de encarar o mundo. 

O futebol nos ajudou até na comunicação, na construção de novas amizades. No fim, todo mundo se falou normalmente, parecia que eram do mesmo país.  O primeiro dia foi mais dedicado às apresentações gerais das delegações e países, além de alguns treinos sobre a metodologia do futebol 3 tempos, sempre com times misturados entre as nacionalidades e com meninos e meninas. No dia seguinte começou o festival em si, com jogos ali mesmo no hotel onde estávamos hospedados.

O terceiro dia foi muito marcante para todo mundo. Os jogos aconteceram na Praça Vermelha, em Moscou, um dos pontos turísticos mais visitados do mundo! Tinha um espaço com quadra e outras atividades relacionadas ao futebol. Encontramos ex-jogadores consagrados, como o Roberto Carlos, pentacampeão do mundo pelo Brasil.  No último dia de festival, aconteceu um encerramento, muitas fotos e novos amigos. Até uma festinha foi oferecida aos participantes!  

Além de tudo isso, tive a oportunidade de assistir a um jogo de Copa do Mundo de dentro do estádio! Uma atmosfera maravilhosa. As pessoas se abraçavam, conversavam, todo mundo reunido em torno do futebol. Torcedores da Espanha e da Rússia estavam juntos, o que eu não imaginava que pudesse acontecer. Foi um dos melhores dias da minha vida!

O futebol é uma ferramenta crucial para a formação de pessoas! 

Foto: Copyright FIFA
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