Fundação Gol de Letra inicia formação de mulheres para atuarem como agentes sociais no Caju

Dez moradoras locais participam da formação que é parte do projeto Caju Esporte Educação, ação patrocinada pelo Programa Petrobras Socioambiental.

Ouvir, apoiar, multiplicar conhecimento, mobilizar, conectar, transformar. Um papel que as mulheres cada vez mais tomam para si foi sistematizado e se tornou uma parte importante do Projeto Caju Esporte Educação, realizado pela Fundação Gol de Letra no Complexo do Caju e patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. O Programa de Formação de Agentes Sociais, que teve início em março de 2021, selecionou via edital, 10 mulheres residentes no Caju para atuarem como interlocutoras comunitárias e multiplicadoras de práticas em temas relacionados a fortalecimento de vínculos, processos democráticos, garantia de direitos, desenvolvimento territorial e habilidades empreendedoras, entre outros.

O ciclo de formação compreende um período de 2 anos, sendo 20 horas semanais de atividades presenciais/remotas, totalizando carga horária de 1.920 horas. A capacitação está dividida em duas partes: teórica e prática, sendo composta por oficinas, palestras, por ações de relacionamento e intervenção no território, atividades administrativas e de interação com outros projetos da Gol de Letra. O objetivo é que as mulheres em formação se tornem referências nas comunidades, atuando na mobilização cidadã e ampliando o acesso a direitos fundamentais.

“Nossa proposta é potencializar essas mulheres para fazerem o que elas já fazem, isto é, a integração comunitária, mas de uma forma mais organizada, desenvolvendo ações sociais, dialogando com os moradores e fazendo a articulação com parceiros, sempre tendo a Fundação Gol de Letra como referência. Em geral, elas são mobilizadoras, mas não sabem como funcionam os mecanismos de desenvolvimento das políticas de proteção”, explica a coordenadora de projetos da Fundação Gol de Letra, Crislaine Lima, destacando que uma das exigências para participar da formação seria a disponibilidade de horários, sendo assim, como resultado da seleção as participantes são as que optaram por ser donas de casa, ou não tiveram escolha, e não têm renda. “Assim, a formação acaba se tornando também um programa de inclusão produtiva”.

Para participar da seleção, as mulheres deveriam ter idade entre 18 e 59 anos, Ensino Fundamental completo e ser residentes do Complexo do Caju. Por conta da pandemia, o processo seletivo, que incluiu prova, envio de vídeo e entrevista, foi feito totalmente online. Da mesma forma, as aulas no momento são realizadas de forma remota.

Uma das novas agentes sociais é Gilda Freire, de 49 anos, que já vinha participando de formações em acolhimento e sonha cursar a faculdade de Serviço Social. Cearense de Sobral, Gilda é casada e tem duas filhas, já adultas, uma delas também moradora do Caju.

Estou me empenhando ao máximo. O início foi difícil, pois eu nunca tinha participado de uma formação à distância, mas as educadoras foram muito pacientes e agora já me sinto totalmente à vontade com o ambiente remoto”, conta Gilda, que destaca o conhecimento territorial como um saber estratégico. “Precisamos reconhecer todos os ativos que a região nos oferece. Eu nem sabia da existência de tantas instituições e serviços que existem no bairro e não acessava muitas possibilidades porque achava que seria difícil. A informação torna o caminho mais curto. Espero poder ajudar os moradores da minha comunidade a transpor barreiras”.

Jéssika Mota, de 31 anos, também participa do Programa de Formação de Agentes Sociais. Ela, que já foi agente comunitária de saúde e participa de uma frente de participação cidadã chamada “Mobiliza Caju”, ela reforça a fala de Gilda e sonha com a melhoria da qualidade de vida da comunidade, onde mora há 20 anos e cria, com o marido, sua filha de 11 anos.

Nosso ativismo precisa estar focado na democratização da informação. Acho que a formação nos dará ferramentas de escuta qualificada para auxiliar a população no acesso a serviços. A maioria dos moradores convive, por exemplo, com questões relacionadas a insalubridade. Precisamos de soluções de infraestrutura urbana e de ações preventivas de saúde”, completa Jessika.

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