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Gol de Letra debate “masculinidades” em formação de equipe
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O mês de março começou incentivando discussões importantes entre os colaboradores da Fundação Gol de Letra. Seguindo o calendário de capacitações de equipe, os dias 3 e 4 foram dedicados ao debate sobre “Masculinidades”, formação realizada com o assistente social Rafael Fernandes Damasceno, especialista em filosofia política, ética e contemporaneidade, mestre em mudança social e participação política e pesquisador em gênero e sexualidades.
O evento começou com uma atividade interativa: todos foram convidados a definir o que é um homem e uma mulher, e assim foi criada uma nuvem de palavras, seguida de uma reflexão sobre as palavras que apareceram mais frequentemente, que refletiam estereótipos e expectativas de gênero.
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Também foram debatidos a negligência e rejeição masculina com a própria saúde, a falta de homens entre as profissões de cuidado, a descoberta da própria sexualidade de forma nociva e a relação dos homens com a violência. “A agressividade é a característica mais marcante do que seria ‘o macho ou o homem’ no imaginário popular”, comenta Rafael.
Ele mostrou como o ideal de masculinidade hegemônica é inatingível: é necessário ser provedor, competitivo, viril, ter muitas mulheres, etc. As masculinidades que não se encaixam nesse padrão, como homens gays, trans, negros, gordos, com deficiência e outros acabam sendo consideradas subalternas.
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“É necessário avaliar que homem é esse, de onde ele vem, sua classe, raça, geração, religião, como ele se vê. Os processos interseccionais são possibilidades de leitura que podem cruzar processos de vida para ler o sujeito”, sugere o assistente social.
O encontro formativo foi construído na base da participação da equipe, trazendo questões e compartilhando experiências. Os educadores compartilharam vivências que tiveram com meninos dentro das atividades da Fundação e como eles lidam quando aparecem traços ou comportamentos de masculinidade tóxica.
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O analista socioeducativo Eduardo Brunello comentou a importância da abertura para o diálogo nessas situações. “É comum a gente parar o que está fazendo e puxar uma roda de conversa para debater algum acontecimento, isso é parte central do nosso trabalho”.
Já o educador Rafael Menezes reforçou a necessidade de ter paciência no processo de construção desse novo homem, cuja referência não seja a violência. “Nosso trabalho é de formiguinha. Muitas vezes eles reproduzem na quadra o que vivem em casa, e nós temos que ir pouco a pouco desconstruindo isso”.
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