Jogos Paralímpicos de Tóquio inspiram atividades na Gol de Letra

Os educandos da Fundação Gol de Letra puderam experimentar como é praticar certos esportes sem conseguir enxergar ou usar plenamente os membros superiores ou inferiores do corpo. As atividades foram motivadas pelos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e aconteceram durante as oficinas de agosto e setembro.

Na unidade Rio de Janeiro, rolou até um mini torneio envolvendo modalidades paralímpicas e atividades adaptadas. “O campeonato proporcionou vivências relacionadas à motricidade, sobretudo experiências positivas incentivando todos e todas a refletir sobre inclusão, capacitismo e empatia”, conta Luciano Nunes, educador de Esportes de Quadra.

O educador de Muay Thai e a educadora de esportes de quadra, Renato Pereira e Midian Santiago, trabalharam com Goalball, Futebol de 5 e vôlei sentado, que são modalidades “oficiais” da paralimpíada. Mas Renato resolveu inovar e fazer atividades adaptadas também no MuayThai, apesar se não ser uma modalidade paralímpica. “Queria que os educandos pudessem ter a experiência de praticar a luta com limitações físicas, então propus atividades como luta sentada, luta em pé com somente uma perna ou um dos braços imobilizados”, conta. “Essas experiências mostram que o esporte pode ser inclusivo e para todos”.

Raquetadas paralímpicas

Os educadores Rene Carvalho e Carlos Eduardo, que ensinam tênis de mesa e tênis de quadra, respectivamente, juntaram suas turmas para uma dinâmica. “Cada aluno tinha que passar por uma dificuldade diferente. Um ficou sem visão, outro só podia usar uma perna ou um braço, botamos um numa cadeira com rodas, simulando a realidade de um atleta cadeirante. E eles tiveram que entrar na Fundação assim, desde a porta até a quadra passando por essas dificuldades de um atleta paralímpico”, conta Rene.

Os educandos então assistiram vídeos de atletas paralímpicos e tiraram suas dúvidas com os professores, que explicaram diversas modalidades esportivas, suas regras e classificação. “Quando foram brincar e treinar, tiveram que passar a aula inteira passando pelas dificuldades também. Ao final, todos compartilharam suas dificuldades, incômodos e dores, fizemos um momento de conscientização”, diz o educador de tênis de mesa.

O educador Carlos Eduardo ainda trabalhou o tênis para cadeirantes com seus educandos. “É a única adaptação desse esporte que vemos nos Jogos Paralímpicos”, conta. “Falei das regras, dos principais tenistas, da classificação da modalidade. Os educandos, sentados numa cadeira de rodinhas, simulando cadeira de rodas, treinaram bater no paredão e, no final, trouxe uma bola maior para eles jogarem nas cadeiras o tênis paralímpico, para facilitar”.

Roda de conversa

Na unidade São Paulo, a roda de conversa guiou a maior parte das atividades adaptadas, que os próprios educandos escolheram fazer. “A minha turma quis vivenciar andar de skate como se tivesse os membros inferiores amputados”, conta a educadora Agatha Moreira.

A brincadeira foi um pega-pega. Todos ficaram sentados com pernas cruzadas em cima do skate e, para remar e impulsionar o movimento, usavam as mãos e o peso do corpo. “Os alunos adoraram e foi muito legal. Eles pediram indicações de atletas paralímpicos e outras pessoas com deficiência que são referência em suas áreas. Passei o nome de Nick Vujicic para eles pesquisarem. Ele anda de skate e nada, mesmo sem ter os membros inferiores nem os superiores”.

@goldeletrabr no Tiktok – Com a Prof @agathamoreira25 trabalhamos o skate no formato adaptado #jogosparalímpicos #skateboarding #goldeletrabr #fundgoldeletra♬ Sport – Arfeeva

Futebol de 5

O futebol pode ser adaptado de duas formas para atletas com deficiência. Enquanto o futebol de 7 é exclusivo para atletas com paralisia cerebral, o futebol de 5 é jogado por atletas com deficiência visual. Esta foi a modalidade vivenciada pelos educandos do professor Maurício Amatto, com uma venda nos olhos.

“Não fizemos o jogo, apenas uma atividade de fundamento da modalidade, o controle de bola”, conta Maurício. “Nesta atividade, os alunos deveriam conduzir a bola com guizo pela quadra sem perder o controle dela, mantendo a bola sempre em seu domínio. A maioria conseguiu por um curto espaço, mas alguns tiveram dificuldades, porque, vale lembrar, eles estavam com os olhos vendados. A maioria ficava incomodado rápido e perdia a orientação do espaço com a venda”.

@goldeletrabr no Tiktok – Aqui na #fundgoldeletra #goldeletrabr #felizdequemparticipa trabalhamos os valores dos #jogosparalimpicos com as atividades de futsal ⚽♬ som original – Fundação Gol de Letra

Capoeira

Duas adaptações foram feitas nas atividades de capoeira com o educador Caio Correa, cada uma com dinâmicas e objetivos diferentes. A primeira envolvia a deficiência visual e o desafio foi manter a percepção de tempo, espaço e movimento. “Um educando ficou vendado e o outro com a raquete realizava um movimento de ataque bem devagar. O aluno vendado tinha que sentir a raquete e realizar as esquivas e defesas da capoeira com olhos vendados”, explica Caio.

O educando Pedro Henrique Neves teve dificuldade no início. “No começo da aula achei que não era possível realizar movimentos de capoeira sem enxergar, mas de tudo que fizemos me senti mais confiante no final para esquivar da raquete”.

@goldeletrabr on Tiktok – O Educador da #fundgoldeletra #goldeletrabr @caioharmonia atuando com a capoeira adaptada #jogosparalímpicos 🇧🇷🤸♬ Dance Monkey – Tones And I

Em outra dinâmica, dessa vez imaginando a capoeira com um dos membros superiores amputados, os educandos e educandas tinham que realizar os movimentos da capoeira com apenas um braço e o outro ficou preso na camiseta.

“Foi um desafio para mim realizar as acrobacias com um braço só, parece que é tudo mais difícil”, conta o educando Bernardo Antônio Bonfim.

Judô

Nas oficinas de Judô, a deficiência visual também foi a escolhida para trabalhar com os educandos. Eles foram vendados e instruídos a realizar uma série de golpes pelo sensei Rafael Menezes, tudo com a ajuda de um boneco construído pelos próprios educandos com travesseiros e moletons, para manter o distanciamento social.

Para Rian Rodrigues, o mais difícil de fazer vendado foi fazer o golpe Tai Otoshi, que pode ser traduzido como “derrubada de corpo”. “Foi legal lutar, sentir na pele de quem não tem visão”, avalia.

A educanda Estela Moraes também gostou da experiência. “É muito legal saber como eles lutam. O mais difícil é aplicar o golpe, você não sabe onde a pessoa está, onde está o pé, onde pegar”, relata.

As experiências foram muito positivas e a Fundação Gol de Letra está estudando caminhos para que mais atividades paralímpicas sejam inclusas na rotina.

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