A história da Ginástica Rítmica e a Fundação Gol de Letra

Texto: Thaya Pereira*

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A Ginástica Rítmica (GR) é uma modalidade esportiva olímpica. Originou- se da ginástica moderna, nos séculos XX, na Europa central. E tem como base diversas teorias do movimento do corpo humano, mas principalmente movimento como forma de arte e expressão. Inicialmente sua prática era mais ligada às teorias da dança e musicalidade, e ao longo dos anos foi sofrendo modificações e se tornando uma prática desportiva, dando uso aos 5 aparelhos: Arco, Bola, Maças, Fita e Corda e ganhando cada vez mais complexidade técnica nos elementos corporais: Saltos, Equilíbrios, Pivot (Giros), Flexibilidade. Resumindo: Hoje a ginasta deve desenvolver os elementos corporais com o manuseio de aparelhos, respeitando o contexto artístico da composição coreográfica e tudo isso acompanhando a música e demonstrando uma estética desejada, apresentando beleza, leveza, graciosidade nos movimentos. Oficialmente a GR é praticada apenas por meninas e mulheres.  

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Apesar da evolução e das conquistas femininas no esporte, ainda hoje, a GR como modalidade olímpica e de rendimento, reforça muito os componentes estéticos em sua prática. Além de toda a complexidade técnica, corpórea, artística, a ginasta precisa ser bela, leve e graciosa. Sem falar dos cabelos, maquiagem, collant, que a ginasta precisa ter para ser apresentar ou competir.  Vale ressaltar também que esse conceito de beleza é atrelado ao perfil de corpo europeu, tanto em características físicas das ginastas de peso e altura, mas também em seus elementos técnicos, muitas vezes deixando de lado a própria cultura corporal brasileira.

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Na Fundação Gol de Letra, temos entre as modalidades do programa Jogo Aberto, a Ginástica Rítmica, que assim como as demais modalidades esportivas da FGL, trabalha com os princípios do esporte educacional: Inclusão de todos, construção coletiva, respeito à diversidade, educação integral e autonomia.  Nas Aulas de GR da fundação, trabalhamos com diferentes corpos e todos são capazes de participar, as mais altas, mais baixas, mais gordinhas ou magrinhas, as habilidosas, as menos habilidosas, pois são através dos jogos e brincadeiras e das diversas expressões corporais trazida pelas alunas, que aprendemos os fundamentos básicos da GR, sem perder a característica quanto modalidade, mas valorizando as diversidades e respeitando as individualidades, e não rendimento técnico desse corpo.  

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Se por um lado, como esporte de rendimento por muitas vezes a GR reforça alguns padrões de beleza, aqui vamos questionar e refletir sobre esses padrões. Se exclui quem não se adapta fisicamente e tecnicamente, aqui vamos experimentar juntos, valorizar as diferenças e aprender coletivamente.  Aqui, meninas são acolhidas, incentivadas e encorajadas. A ginástica rítmica não vai segregar, estereotipar ou reforçar, ela vai somar como uma das ferramentas de trabalhar o ser humano em todas suas dimensões.

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Referências:
http://revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/108
https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/view/1133

*Educadora de Ginástica Rítmica do Programa Jogo Aberto – Unidade Rio de Janeiro

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