Olimpíadas mostram que esporte e educação andam lado a lado
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Jogos Olímpicos retratam o esporte educacional usado no Projeto Caju Esporte e Educação, realizado pela Fundação Gol de Letra no Complexo do Caju com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental
Uma criança que pratica esporte aprende a trabalhar em equipe, respeitar as diferenças, conhecer seus próprios limites e a superar dificuldades. Ora, não é exatamente isso que as Olimpíadas propõem? Os valores que compõem o “espírito olímpico” são os mesmos que regem o esporte educacional dentro do Projeto Caju Esporte e Educação, realizado pela Fundação Gol de Letra no Complexo do Caju, Rio de Janeiro, e patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Fazem parte do Projeto Caju Esporte e Educação uma série de ações multidisciplinares na Fundação Gol de Letra, entre elas o Jogo Aberto Caju, que oferece às crianças e adolescentes de 6 a 17 anos da comunidade do Caju, de forma gratuita no contraturno escolar, oficinas de cinco modalidades esportivas, sendo todas modalidades olímpicas.
Felipe Pítaro, gerente de Projetos da Fundação Gol de Letra , explica a escolha das modalidades esportivas e sua relação com a competição mais famosa entre os atletas: “Os Jogos Olímpicos têm um caráter diferente de outras competições esportivas pelo que representa historicamente: integração de culturas, paz entre os povos, promoção da diversidade e valorização da pluralidade cultural. Os Jogos remontam a uma tradição da Grécia Antiga, onde se deixavam os conflitos de lado para a celebração”.
As Olimpíadas tiveram início na Grécia Antiga como um momento de paz e harmonia entre as cidade-estado da civilização grega. Esquecidos por muitos séculos, os Jogos Olímpicos foram resgatados em 1896 pelo barão francês Pierre de Coubertin, para “promover a paz entre as nações” numa época em que a rivalidade entre as potências imperialistas afetava toda a sociedade.
Agora, nessa situação de pandemia, os Jogos Olímpicos ganham um peso e um simbolismo muito parecido. “Esta competição é o primeiro grande momento de união e congregação desde que a pandemia foi declarada. O mundo todo está unido em torno de um objetivo comum, que é acabar com o vírus. É a busca pela vitória da raça humana, não de uma nação, país ou raça”, enfatiza Felipe.
Espírito Olímpico
Em seus relatos, conhecidos como “Memórias Olímpicas”, o barão de Coubertin atribuiu 7 valores olímpicos aos jogos: igualdade, equidade, justiça, respeito, compreensão, autonomia e excelência. Os mesmos valores são trabalhados pelo esporte educacional dentro da Gol de Letra.
“As crianças e adolescentes do programa aprendem a enxergar o esporte como elemento de mobilização social e ferramenta para a promoção de uma cultura de paz e incentivo à convivência democrática, estimulando o trabalho colaborativo e o respeito à diversidade. Como resultado disso, temos observado um aumento expressivo de meninas no programa e o desenvolvimento de uma consciência crítica sobre o desenvolvimento do território do Caju, que sofre com a falta de investimentos”, conta Felipe.
E quais são os esportes trabalhados dentro do Jogo Aberto Caju, que compõe o Projeto Caju Esporte e Educação? Judô, ginástica rítmica, tênis, tênis de mesa e futebol. Todas elas modalidades olímpicas! Felipe explica que cada uma delas tem suas particularidades e importância:
“Oferecer a ginástica rítmica é aumentar a participação feminina no esporte, acolhendo-as e incentivando-as. Por outro lado, muitas famílias tradicionalmente pensam que o judô não é uma atividade para meninas, por ser uma luta, mas temos grandes campeãs no judô, que mostram que o tatame é lugar de mulheres também. Da mesma forma o futebol, onde cresce a participação feminina, é um esporte que fortalece o trabalho em equipe e onde fazemos a sensibilização para o fato de que nem todo mundo vai ser jogador profissional, milionário e famoso. Oferecer tênis num espaço comunitário é desmistificar a modalidade, considerada elitizada, tornando-a acessível. E o tênis de mesa é valioso na formação do indivíduo, pois exige muita técnica e concentração e também precisa ser popularizado”, diz ele.
Um dos alunos do tênis é Dimitry Santos, de 11 anos. Ele conta que, quando foi fazer matrícula, essa era a única modalidade que tinha vaga:
“No começo fiquei envergonhado, mas depois, fiquei feliz por descobrir uma nova modalidade. Hoje, vejo que o tênis de quadra é bom, divertido, prático e me traz muita concentração. Quero muito acompanhar os atletas olímpicos para ver como posso melhorar meus saques”, diz Dimitry.
Os Jogos Olímpicos e as atividades do Jogo Aberto Caju são bons exemplos de como o esporte tem a capacidade de integrar crianças e jovens na sociedade, transformar suas vidas e reduzir preconceitos e estereótipos. Por isso, a prática esportiva é promotora de qualidade de vida, transformação social e de construção da cidadania.